As Estações

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Minha vida anda assim: nem verão, nem inverno. Uma estranha mistura que nunca sei o resultado final. Às vezes acordo meio verão, cheia de esperança, energia, atitude. Outros dias o inverno me assola como um cubo de gelo, similar na sua integridade, suposta inércia e quietude. Mas vejam, um cubo de gelo é sensível, basta uns segundos no ambiente para reativá-lo à água. Tenho muitas coisas na minha mente, talvez seja por isso a minha aparente inconstância. Mas não insconstância do querer, mas de fazer o que quero. Já falei que quero muitas coisas. De preferência todas ao mesmo tempo, numa enxurrada de prazer. O meu imediatismo me corrompe e me sinto perdida dentro dos meus anseios. Qual deles devo privilegiar, qual deles deve ter a sorte de ser considerado prioridade? Ainda estou em processo de avaliação, mas no fundo sei o grande vencedor! Que venha a primavera!!!!!

Confusão

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Dizem que melhor que não ter opções é ter várias. Mas nem sempre isso é verdade. Quando nos deparamos com infinitas possiblidades é difícil encontrarmos aquela que realmente se encaixe no nosso querer. Invariavelmente buscamos extrair um pouquinho de cada opção para compor a opção perfeita. Entretanto, quando dispomos de apenas um caminho, por mais duro que ele seja, mergulhamos convictos de que em algum momento ele se mostrará o certo. Eu espero estar no caminho certo. Eu não deveria estar aqui, mas quero estar. E quanto mais difícil fica, mais desafiador parece. E isso me instiga. Não quero ter várias possibilidades, mas quero aquela que me deixe sem fôlego.......de preferência várias de cada vez.

Querer nem sempre é poder!

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Minha ausência no blog já estava me incomodando.
Mas como diz o título: Querer nem sempre é poder!
Quero muitas coisas nessa vida. Isso é fato.
Entretanto nas últimas semanas me deparei com uma imensa frustração, advinda de um acontecimento não esperado.

Como de costume, viajei à Brasília há alguns dias atrás. Rever a família, amigos, a terra vermelha, o ar seco...... tudo trival e conhecido, a não ser por um detalhe: o Pedro!

Tudo tinha sido programado para que eu passasse a maior parte do tempo com ele. Imaginei o banho, a troca da fralda, o colinho, sem dizer no rostinho dele, o qual eu só havia visto nas fotos.

Cheguei em Brasília numa noite quente, um pouco estranho para a época do ano. Mas enfim, o que não é estranho nos dias de hoje?

Logo me dirigi ao encontro dele, no seu refúgio. Não pude ficar muito tempo, estava tarde e ele com soninho. Pensando rapidamente, concluí que não havia motivo para tanta pressa, afinal eu tinha 5 longos dias para paparicar o meu sobrinho.

Mas eis que surge ele, implacável, silencioso e quase mortal: o VÍRUS!
Digo quase mortal porque me deixou 3 dias de cama. Febre, dor no corpo, inapetência, enjôo e tudo mais que uma infecção viral pode proporcionar a um ser vivo. Pra piorar a situação, ainda pairava no ar a grande dúvida: é gripe suína, bovina, equina???? Isso me fez sair de casa 3 vezes!!!! Para ir ao médico é claro!

Conclusão: nada de Pedro, nada de diversão, nada de amigos. Apenas eu, meu pijama, tylenol e a TV. Mas detalhe queridos leitores, não era gripe "A"!!!!

Analisando bem os fatos, agora posso concluir com convicção que nem sempre temos o que queremos, mas temos aquilo que precisamos.

E eu realmente precisava desaceler. Não era o que eu queria, mas o corpo e a mente pediam.
Naquele momento senti raiva, tristeza, fiquei chorosa, mas hoje sei que o pequeno momento tia-sobrinho foi apenas o primeiro de muitos.

É dificil aceitar de que precisamos de algumas coisas, mesmo não as querendo. Mas vejo isso como um aprendizado. Um pouco doloroso.......mas enfim, há males que vem pra bem!!!!
tarde

Tia

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Pedro é o nome.

Não conheço o Pedro. Ainda........

A distância de 2000km me privaram de ouvir seu primeiro chorinho.

Me lembro bem da sensação naquele dia. Uma alegria no coração, uma emoção até então não experimentada, o amor na sua faceta mais pura.

Como explicar sentimentos que vêm lá do fundo???? É possível amar alguém sem mesmo tê-la conhecido?

Agora eu sei que sim!

Pessoas e pessoas

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Existem varios tipos de pessoas nesse mundo. Aquelas que nos fazem odiá-las e aquelas que nos fazem amá-las. Mas tambem existem aquelas que, no primeiro momento passam desapercebidas, mas depois causam tamanho espanto - no bom sentido é claro........
Falo isso porque a vida está cheia de possibilidades. Pessoas legais existem em todos os lugares, basta reconhecê-las.

Por isso, sempre presei pelo conhecimento. No AMPLO sentido da palavra.

Conhecer é viver e na maioria as vezes é se deparar com o nosso insucesso em classificar as pessoas.

Ah......vai dizer que tu nunca classificou alguem?

Aquele é chato, esse é ranzinza, essa é cheia e blá blá blá.

Que bom que o tempo está aí pra nos mostrar o contrário.

Basta estarmos abertos........braços abertos, peito aberto, cara limpa.........

Me dá a mão
Me leva embora
Passou da hora, já bebi demais
Ninguém mais me considera
só velhos, bêbados e animais.

Madness

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Costumo confiar bastante nas pessoas. Não considero isso ruim, apesar de na maioria das vezes acabar me decepcionando.

Escrevendo isso, me recordo de vários momentos em que me senti injustiçada, enganada, e de certa forma traída. O último deles não tem uma semana e ainda me incomoda ao lembrá-lo. Não convém transcrever o acontecido. O fato em si não importa. O que importa mesmo é a repercussão que ele teve em mim e as lembranças que foram resgatadas.

Não há tristeza maior do que a decepção. Normalmente ela vem das inúmeras projeções que fazemos em relação ao outro, seja ele íntimo ou não. Seja nos relacionamentos amorosos ou profissionais. Esperar que as pessoas ajam conforme o que acreditamos ou esperamos é a maior burrada que pode existir.

Cada ser humano é único, operando de formas distintas. Considerando isso, é humanamente impossível saber exatamente como as pessoas se comportarão diante de uma dada questão. Existe aqueles que literalmente aniquilam sua própria imagem agindo de forma completamente insana, desejando a todo custo impor suas vontades, mesmo que isso signifique prejudicar o próximo.

Mas aí vem a pergunta: onde estavam os sinais????? Onde eu me perdi?????

Fazer o bem definitivamente não significa receber o bem!!!!!

O preço das escolhas!

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Tudo tem um preço. Acho que já sabíamos disso.

Mas assumir a responsabilidade pelas nossas escolhas é o maior dos desafios.

Escolher significa sempre se privar de algo ou alguém em prol de outra situação que julgamos ser melhor. Pelo menos era o melhor naquela ocasião, mas isso não significa que deva pemanecer sempre assim.

Muitas escolhas são influenciadas pelo momento em que estamos vivendo, mas também pelo ambiente em que estamos inseridos. Ou ainda, por algumas pessoas que tentam nos dissuadir de qualquer forma, julgando a coerência das nossas decisões.

Não tenho o hábito de me arrepender das minhas escolhas, mas nesse momento tenho repensado várias delas.

Não que isso vá mudar a minha vida em algum sentido até agora. Mesmo porque, não há nada que eu possa mudar em relação ao que já vivi, mas posso planejar escolhas melhores para o meu futuro.

A grande questão é: Você quer pagar o preço? Ou melhor, está preparado pra isso???

Entre querer e estar preparado existe o abismo do medo. É ele que nos protege, mas também nos priva.

"Tenho juizo, mas não faço tudo certo, afinal todo paraíso precisa de um pouco de inferno!" Martha Medeiros

Última descoberta

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Natural Blue - MOBY 07/06/2009


Impossível ficar parada.

Dia comum

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Nada como um dia comum.
Acordar cedo, fazer o desjejum e sair para mais um dia de trabalho.
Confesso que foi difícil me desvencilhar dos lençóis. O frio está apontando e a preguiça o acompanha.

O que fazer quando queremos mais do que um dia comum??? Ou melhor, o que faz transformar um dia comum em incomum?

"A maioria dos dias é assim. Não tem importância. São poucos os que têm importância. E assim está muito bem. Se tudo fosse transcedental, convulsivo, tremendo, ficaríamos loucos. O peso da intensidade nos esmagaria." Pedro Juan Gutiérrez.


Será mesmo???

A Prostituta recatada e a Beata safadinha!

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Caro leitor, desculpe a linguagem.

Mas conversando com um amigo, não me lembro sobre o que exatamente, chegamos a seguinte interrogação? Prostituta recatada X beata safadinha???? Essa é uma daquelas indagações do tipo: Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais???? (risos)

Não pude escrever logo que iniciamos o assunto. Já era tarde, e como boa trabalhadora, tinha que acordar cedo no outro dia.

Mas a idéia ficou. E pensando o sobre o assunto, vem uma única palavra na minha cabeça: perfeição!

Se analisarmos bem a pergunta, a idéia de equílibrio está subtendida. E equilíbrio é um estado bem difícil de ser alcançado, e no meu ponto de vista seria o mais próximo que poderíamos chegar da perfeição.

Confesso que tenho uma certa dificuldade em encontrar equilíbrio. A minha balança sempre está pendendo pra um lado. Apenas em breves momentos sinto uma tranquilidade, aquela tal sensação de que tudo está perfeito.

Mas, e se esses breves momentos se tornassem momentos eternos????? Será que a vida teria graça? Será que valorizaríamos o que temos e o que somos? Será que arriscaríamos uma nova vida???? Não te parece meio inerte, meio amorfo, sem brilho, sem cor????

Dizem que a beleza está na imperfeição. Então, se equilíbrio é ser/estar perfeito, prefiro ser desequilibrada!!!!!!

Le Scaphandre et le Papillon

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Ou melhor, "O Escafandro e a Borboleta" é um daqueles filmes que nos deixam paralisados.

Literalmente!

O protagonista, um homem belo (para os padrões franceses, é claro!), bem sucedido, sofre um AVC durante um passeio de carro com seu filho. Após algum tempo em coma, retoma a consciência completamente paralisado, a não ser por um dos olhos, com o qual se comunica.

O filme é forte, dramático e extremamente intrigante. Baseado em um livro, podemos presenciar o esforço sobre humano de alguém preso dentro do seu próprio corpo. Sim, isso porque, apesar de suas limitações físicas, Jean-Dominique Bauby mantém suas habilidades mentais intactas. Daí a confecção do livro que deu origem ao filme.

Não quero tirar nehuma conclusão. Até porque, a idéia do filme era me livrar um pouco da inércia que tem sido a minha vida. Mas não posso negar, que ao ver o protagonista tentar se comunicar com o mundo me trouxe algumas reflexões.

Uma delas é a inexorável fugacidade da vida. Um momento estamos bem, saudáveis, felizes, mas no outro podemos estar presos a uma cama para sempre. Tudo bem, fatalidades acontecem.

Mas e aqueles que se prendem ao seu mundo????? Não por fatalidades ou qualquer coisa parecida???? Por simples opção!

O que me irrita é observar o quanto o homem, no sentido geral da palavra, valoriza o que não tem. E não serei hipócrita em dizer que talvez eu também não seja assim, mas pelo menos eu tento não sê-lo.

Daí vem todas aquelas indagações e culpas de não ter feito, de não ter sido, de não ter dito.........

Além disso, o filme nos mostra o que é estar perdido dentro do seu próprio mundo, um mundo que ninguém vê, ninguém ouve, ninguém sente. Nesse sentido, a solidão pode ser agonizante.

Como disse, não quero tirar conclusões precipitadas. Quero apenas refletir. No meu mundo...e quem sabe no seu também.

Back to the future

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Brasília foi ótimo!

Suas avenidas largas, a terra vermelha, o clima seco, um tanto modesto para essa época.....os amigos, a família......

No entanto, sabe quando nos deparamos com o sentimento de não pertencer a um lugar?

Pois é. Acho que pela primeira vez percebi isso.

Confesso que foi estranho. Queria estar com todas aquelas pessoas, mas não ali.



Outra coisa que percebi é que quanto mais fugimos dos problemas, mais eles nos perseguem. É ilusão achar que saindo à passeio por 5 dias a paz será decretada. Mentira!!!!! Os problemas, os questionamentos, as angústias nos acompanham lentamente, só esperando o momento de dar o bote.



Além disso, voltar à cidade natal significa colocar na balança todos os últimos acontecimentos. É despir minuciosamente cada decisão tomada. Isso custa tempo, dói e amedronta. Aí vem aquela maldita pergunta martelando na cabeça: O que é que estou fazendo da minha vida???? Estou no caminho certo??? É isso que realmente almejo????



Respire fundo! Alguém me diz.....

Efêmero

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"Porque entre o sim e o não é só um sopro, entre o bom e o mal apenas um pensamento, entre a vida e a morte um leve sacudir de panos - e a poeira do tempo, com todo o tempo que eu perdi, tudo recobre, tudo apaga, tudo torna tão simples e tão indiferente."

Lya Luft em "O Silêncio dos Amantes".

Retomando o meu hábito de leitura, me deparei com este trecho. Passei horas pensando no significado dessas frases, apesar de parecer óbvio.


Nada que o tempo não cure!



Essa é a maior verdade, a verdade universal.



É incrivel como o indíviduo, eu, você, somos tomados pela força do momento. Principalmente em relação ao sofrimento. A dor parece ser tão grande, tão avalassadora, que corta o peito com a sutileza de uma faca bem afiada. Mas no fim, o que resta são as cicatrizes. Umas incomodam, por muito tempo, pra não dizer a vida toda. Outras, se retraem tanto que ficam quase imperceptíveis, a não ser quando alguém as aponta.

De qualquer maneira, no fim tudo se torna simples e indiferente.

Então porque não tentar, não arriscar, não mergulhar de cabeça???

Porque não se divertir e parar de perder tempo???

A vida é êfemera meu caro.

O beijo de hoje pode se tornar o féu de amanhã

Happiness

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Happiness
More or less
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my

Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just where I am

But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn?
All the love I have is in my mind?

Lembranças

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Hoje definitivamente queria usufruir da máquina que o Jim Carrey utiliza no filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças"! Ou seria a Kate Winslet???

Assim como acontece no filme, não apagaria apenas as lembranças ruins, mas as boas também.

Não, não sou louca. Quer dizer, um pouco.

O fato é que, se foi bom, pra que ficar lembrando???? Ou pelo menos deveríamos ter um botão que pudesse ser acionado quando quiséssemos buscar aquela tal lembrança. Mas não, ela vem sorrateira, e se instala de tal forma que fica difícil de se desvencilhar.

Se aquele momento foi bom, porque terminou??? E aí vem o sofrimento.

Resumindo: lembranças, sejam boas ou ruins, sempre acabam trazendo algum tipo de sofrimento.

Qual a solução????

Não podemos contar com a maravilhosa máquina do filme, mas podemos tentar não pensar tanto nas coisas que já passaram. Não me pergunte como fazer isso! Cada um acha o seu caminho.

Eu estou tentando achar o meu.....

Voltando as origens!

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Estou particularmente ansiosa esta semana. Mesmo sabendo que faltam quase 15 dias, não consigo conter a animação.

Depois de mais de 1 ano, estarei retornando à minha cidade natal - Brasília. É, essa mesmo! Dos políticos corruptos, da secura no mês de agosto, das cigarras cantarolando, das ruas sem esquina. Uma cidade única, do tipo, ou você ama, ou você odeia. Não existe meio termo.
Entretanto, mesmo amando Brasília, tive que abandoná-la há 6 anos atrás. Um desafio na época. Agora superado.

Porto Alegre é minha segunda casa. Mesmo estando devidamente adaptada ao modelo gaúcho de viver, sempre corro para Brasília para recarregar minhas baterias. Claro, longe de ser na frequência que eu gostaria, mas já faz uma grande diferença.

Voltar às minhas origens é como voltar ao útero da minha mãe. Tudo tão fácil, tão cômodo, tão quentinho, tão seguro.........depois de um tempo, tão chato!

Chega!

Está na hora de voltar!






Inauguração

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Pensei muito antes de criar esse blog. Na verdade a única coisa que passava na minha cabeça era: por que alguém tem um blog? Na correria do dia-a-dia, mal temos tempo de sentar e realizar uma refeição decente, que fará escrever, na frente do computador, depois de um dia exaustivo????? Até questionei e critiquei certa vez.

Mas poderia ser algo desafiador.......

Sempre gostei de desafios. De certa forma me faz sentir viva, humana, presente. É sentir o sangue pulsando nas artérias...... e hoje vejo que posso extrair bons frutos dessa nova extensão internáutica da minha pessoa.

Para começar, gostaria de compartilhar um texto que li hoje no jornal local. Nunca tinha dado a atenção merecida aos textos da Martha Medeiros. Hoje, talvez pelo fato de ter vivenciado algumas dores recentemente, me encantou este trecho:

"Você é adulto mesmo? Então pare de reclamar, pare de buscar o impossível, pare de exigir perfeição de si mesmo, pare de querer encontrar lógica pra tudo, pare de contabilizar prós e contras, pare de julgar os outros, pare de tentar manter sua vida sob rígido controle. Simplesmente, divirta-se."

Sejam Bem Vindos!