Ou melhor, "O Escafandro e a Borboleta" é um daqueles filmes que nos deixam paralisados.
Literalmente!
O protagonista, um homem belo (para os padrões franceses, é claro!), bem sucedido, sofre um AVC durante um passeio de carro com seu filho. Após algum tempo em coma, retoma a consciência completamente paralisado, a não ser por um dos olhos, com o qual se comunica.
O filme é forte, dramático e extremamente intrigante. Baseado em um livro, podemos presenciar o esforço sobre humano de alguém preso dentro do seu próprio corpo. Sim, isso porque, apesar de suas limitações físicas, Jean-Dominique Bauby mantém suas habilidades mentais intactas. Daí a confecção do livro que deu origem ao filme.
Não quero tirar nehuma conclusão. Até porque, a idéia do filme era me livrar um pouco da inércia que tem sido a minha vida. Mas não posso negar, que ao ver o protagonista tentar se comunicar com o mundo me trouxe algumas reflexões.
Uma delas é a inexorável fugacidade da vida. Um momento estamos bem, saudáveis, felizes, mas no outro podemos estar presos a uma cama para sempre. Tudo bem, fatalidades acontecem.
Mas e aqueles que se prendem ao seu mundo????? Não por fatalidades ou qualquer coisa parecida???? Por simples opção!
O que me irrita é observar o quanto o homem, no sentido geral da palavra, valoriza o que não tem. E não serei hipócrita em dizer que talvez eu também não seja assim, mas pelo menos eu tento não sê-lo.
Daí vem todas aquelas indagações e culpas de não ter feito, de não ter sido, de não ter dito.........
Além disso, o filme nos mostra o que é estar perdido dentro do seu próprio mundo, um mundo que ninguém vê, ninguém ou
ve, ninguém sente. Nesse sentido, a solidão pode ser agonizante.
Como disse, não quero tirar conclusões precipitadas. Quero apenas refletir. No meu mundo...e quem sabe no seu também.